Tempo de amarelar
- Ana Paula Carvalhais

- 29 de jul. de 2020
- 1 min de leitura
Não, eu não venho falar de medo. Os ventos já andam revoltos, é quase agosto e o amarelo em flor ilumina os ânimos. Para mim isso sempre foram bons presságios! Seja na mata ou bem no meio da cidade, a transformação dos ipês em milhares de pontinhos de luz é sempre um presente que não passa despercebido. Desde criança fico fascinada. Adoro aniversariar e adoro que minhas primaveras coincidem justamente com as dos ipês.
Existem espécies de floração rosa, branca e até verde. Mas ‘o meu’ é o amarelo. É interessante como essa cor tabém está associada a luz, calor, descontração, otimismo, criatividade e alegria. E não é disso que estamos precisando? Bora amarelar!! No calendário Waldorf, essa é a cor das quartas-feiras e imagino que também tenha a ver com aquela energia extra e necessária para dar um gás bem no meio da semana.
E já nessa atmosfera amarela e de pré-aniversário, vi há alguns dias um trabalho lindo que uma amiga poeta e bordadeira anda fazendo sobre os ipês. Não pensei duas vezes e encomendei um registro do meu pé de estimação. Ele não mora no meu quintal. Nem é só meu. Como um monumento vivo, resiste às intervenções urbanísticas e há várias gerações, bem em frente à minha escola do coração: a Estadual Padre Piccinini, numa das principais avenidas lá de Paraguaçu.
Quero acreditar que ele agora esteja lindo e florido - mesmo sem plateia e com a escola adormecida -, inspirando vida, beleza e resistência.




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