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Nós e nossas bolhas

  • Foto do escritor: Ana Paula Carvalhais
    Ana Paula Carvalhais
  • 20 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

É temporada soberana dos chinelos! Estamos de férias no interior e meu filho se esbalda com tudo o que o cotidiano de uma pequena cidade lhe presenteia. Andar a pé por onde quer que seja, um picolé sem hora marcada, cumprimentar a todos na rua são para ele momentos de pura felicidade. Aliás, as crianças são mesmo especialistas em nos provar que ser feliz é coisa muito simples. Aqui, além da casa da avó, tem praça perto (e plana) para pedalar, amigos que já coleciona, primos e primas queridas, piscina de clube, roça e rotina zero. Uma combinação que certamente já se molda em sua memória afetiva e reforça seu conceito de “melhor lugar do mundo”.


Benjamin vive entre dois mundos. É uma criança da capital que mora em um condomínio com muito verde, pé no chão e mão na terra. É uma infância privilegiada, eu sei. Para ele, a cidade grande é sinônimo de carros, prédios, barulho e grandes deslocamentos. O interior, ao meu modo de interpretar, é como se fosse o meio termo entre esses paralelos. Imperfeito e real.


Fico pensando como morar no interior é mesmo um bom treino para a vida. A proteção é na medida, pequenas responsabilidades chegam mais cedo e a gente ganha desenvoltura para enfrentar novos e maiores horizontes. Aqui é um microcosmos. Um bom recorte da realidade. É um parâmetro que eu ainda costumo usar para observar mudanças no comportamento e na política. Nesse tubo de ensaio, onde todos se conhecem, a gente consegue compreender os caminhos que levaram a tais escolhas, a vida se mescla com mais diversidade e a gente enxerga o outro como alguém realmente próximo.


Talvez por isso Benjamin aqui se divirta tanto. Ele não é mais um menino no shopping. Ele sabe o nome do dono da maior e mais antiga loja da cidade, conhece os frentistas do posto de combustível por onde corta caminho e, outro dia, achou incrível conhecer e bater papo com prefeito em plena sorveteria. Secretamente, sei que seu desejo é ficar igual à vovó Maura, que cumprimenta todo mundo pelo nome, onde quer que vá.





 
 
 

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© 2019 por Ana Paula Carvalhais

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